“Insónia” é um espetáculo dirigido por Olga Roriz para um elenco renovado e criado em parceria com a equipa criativa das peças anteriores. A entrada de novos elementos no corpo de bailarinos renova pontos de vista e opções estéticas. Bailarinos de cinco nacionalidades (portuguesa, inglesa, cubana, italiana e polaca) são o resultado da escolha de uma audição internacional.
Uma reivindicação do lugar do corpo, da sua energia à sua fragilidade. O corpo intranquilo de carne exposta. A selvajaria de serem vários num mesmo mundo erótico. A identidade, origem, memórias de cada um dos intérpretes foram postas à prova, confrontando o passado, o presente, o futuro e a conexão vital com as origens.
A inexorável passagem do tempo. Um estudo sobre o feminino e o masculino, o macho e a fêmea sem sexo definido, sem género.
Sendo o erotismo um conceito vago, não palpável do foro da imaginação, havia que concretizá-lo, intelectualizá-lo. Num primeiro período da criação produziu-se muito pensamento em forma de escrita. Este é um desses textos: “Erotismo é armadilha de todas as definições e interpretações. Erotismo é o jogo do solitário, é uma cela solitária que te irriga de liberdade enquanto te encerra na sua sombra e humidade. É uma forma de libertação. É instinto humano e simultaneamente animal e, na ótica em que parte de um pensamento. É uma escolha do pensamento, uma tentação. É um jogo indireto de atração, não óbvio. A combinação entre o sensual e o sexual. É efémero como uma sensação. Tudo o que estimula a fantasia. Pode ser um olhar determinado. Um toque direto. Um argumento profundo. Um tom de voz forte. Um sorriso envergonhado. Um momento onde se perde a noção do tempo. Pode partir da imaginação e pode ser alimentado conscientemente pelo trabalho da mente num jogo constante. Jogar Xadrez com alguém pode ser extremamente erótico”.
Insónia emerge no que de onírico tem a questão do amor, do género e da genética.
Estórias partilhadas com simplicidade e decoro ou desbocadamente. Matérias feitas manifesto.
E ainda a imagem de uma Primavera invertida como se as estações se pudessem suspender no espaço e no tempo.
Olga Roriz
2021
Direção
Olga Roriz
Intérpretes
Catarina Câmara, Connor Scott, Emanuel Santos, Marta Lobato Faria, Melissa Cosseta, Natalia Lis, Yonel Serrano
Banda sonora
Olga Roriz e João Rapozo
Músicas
Archive, Armand Amar, Bobby Diran, Brian Eno, Eleni Karaindrou, Georg Friedrich Händel, Gloria Gaynor, Hiro Kone, João Hasselberg, Johann Sebastian Bach, Lucrecia Dalt, Nils Fraham, Peteris Vasks
Cenografia e Figurinos
Olga Roriz, Ana Vaz
Desenho de luz
Cristina Piedade
Edição de som
João Rapozo
Textos
Intérpretes
Assistência à criação
Bruno Alves
Assistência de cenografia
Pedro Jardim
Assistência de figurinos
Ricardo Domingos
Estagiárias, assistência aos ensaios
Clara Bourdin, Ieva Braznaite
Direcção técnica e operação de luz
Contrapeso
Operação de Som
PontoZurca
COMPANHIA OLGA RORIZ
Direção
Olga Roriz
Produção e digressões
António Quadros Ferro
Gestão
Magda Bull
FOR Dance Theatre e Residências
Lina Duarte
Assistente de produção
Ricardo Domingos
Coprodução com: Centro Cultural de Belém, Teatro Aveirense/Município de Aveiro e Município de Viana do Castelo